sábado, 8 de agosto de 2009


Tudo está arruinado. A base de toda a minha vida está se desmoronando, e eu não posso fazer, nem ao menos falar nada. Isso me deixa angustiada, sem saber o que fazer. Deixar como está? Gritar, berrar, discutir em vão? Não, apenas ouço em silêncio. Ouço com meu coração chorando, ouço calada, mas berrando por dentro, implorando para que parem e vejam o quanto eu sofro com tudo isso. Parecem não se importar. O ego fala mais alto, a raiva toma conta. Em mim, a tristeza predomina com uma mistura de raiva, solidão, desespero. A vida perdeu a cor, as palavras sinceras de carinho perderam seu valor, sorrisos falsos disfarçam meus olhos tristes. A menina sorridente e acolhedora virou uma garota amarga e séria. Antes, abraços e risos, hoje, isolamento e tristeza. Me falta a vontade de viver, o sol já não esquenta meu corpo, o frio toma conta de mim, e cada vez mais eu vejo que tudo pode piorar, tudo vai piorar.. Tudo está piorando. Meus refúgios estão acabando, não tenho pra onde correr, e mesmo se tivesse, não saberia decidir entre fugir do que eu não posso evitar, ou ficar e participar da guerra, sem poder dar opiniões. Evitar o inevitável, grande ironia. Posso estar longe da fonte, mas uma hora isso chegará a mim, da pior, ou da melhor maneira. Tentar esquecer está fora dos planos, finjo viver em um mundo paralelo a este inferno. Funciona, mas sempre me tiram dessa utopia, e eu volto ao inferno. Ouvir desabafos de ambos os lados, ficar dividida entre o certo e o provável errado, mas.. Quem é errado? O que é errado? A escolha não depende de ninguém, cada um fica do seu lado. Eu estou do meu lado. Eles querem uma escolha, pois não a terão. Um lado me coloca contra o outro, mas nada mudará o que eu sinto. Caindo num abismo sem fim, que me levará a um lugar desconhecido, ou talvez a lugar nenhum. Enquanto caio, penso que seria melhor acabar logo com isso. Vejo uma mão tentando me amparar da queda, mas quando cogito a possibilidade de aceitar a ajuda, algo em mim me diz para apenas cair. Tento pensar em todos aqueles que estão passando pelo mesmo problema, só que isso não ajuda, apenas me faz ver que tudo caminha pra desordem, tudo caminha para o escuro. Escuro esse que já tomou conta de mim há tempo. Queria poder dormir e não acordar dos sonhos. Não pertenço ao mundo real, não faço parte deste clã. Sou uma partícula a parte, que grita por ajuda, mas este mesmo grito é abafado por discussões e massacrado pelo orgulho das pessoas à sua volta. Não peço que tenham pena, não peço ajuda. Simplesmente não peço nada, não tenho vontade de nada. O real se afasta cada vez mais do meu querer. Se afasta para o longe. A exaustão vai chegando, e não me sinto mais como algo sólido. Minha visão fica turva, e me vejo em meio a um mar de angústia, dúvida, incompreensão. Meu eterno silêncio já não perturba, se grito, ninguém ao menos ouve. Às vezes não posso confiar nem em mim mesma. Isso não era pra estar acontecendo, não era... Saudade da minha infância, não sei se antes eu não tinha a percepção das coisas, ou se era tudo melhor mesmo. Mas, de uma forma ou de outra, tenho eternas saudades. Dizem que todo fim é um novo começo. Mas espero que isso não seja o começo do fim.

Um comentário:

João Pezão disse...

olá Reh,

que legal vc passar lah no meu blog

sim sim é de minha autoria
(desculpe a demora para ver o seu comentário, os compromissos estão a todo vapor)

você já assistiu um anime chamado World Destruction?
no penúltimo episódio os 3 aventureiros ficam presos em uma caverna chamada Labirinto das Memórias.
quem entra neste labirinto passa a "alucinar"/reviver memórias passadas.
a personagem Morte, que deseja a destruição do mundo, fica presa em suas memórias (onde revive os motivos pelos quais quer destruir o mundo)
até que o labirinto realiza uma utopia agradável, onde ela vive com seu pais e seu irmão novamente.
Nunca faltou-lhe o conhecimento de que tudo era ilusão mas ela deixou-se iludir, preferia morrer de fome, desacordada vivendo aquela miragem ao acordar e voltar para o mundo real.

ela teve que decidir entre sonhar e viver
e toda sua jornada com os 2 outros personagens (que a acompanharam por acidente) fez vê-la que o mundo precisa ser mudado e não destruído

(João Pezão=>)mesmo por que destruir o mundo não resolveria qualquer problema, pois destruiria também a causa do problema

pensemos assim:
"coisa" perfeita VERSUS corrupção da "coisa" perfeita

o ser humano pode tornar as coisas terríveis ou lindas
destruí-las ou usá-las como obra-prima

quem sabe não damos valor a vida porque não conhecemos as pessoas certas ou não nos demos conta delas
(quando digo "pessoas" não estou falando do relacionamento casal)
as pessoas podem fazer a vida ser empolgante
e nunca me esqueço que eu sou uma pessoa

a vida só nos dá 2 opções viver ou morrer
se não vivermos a vida já estamos mortos

não faço do meu corpo só mais uma máquina oca

e tenho certeza que você também não Reh.